Ministério da Saúde amplia vacinação contra Influenza

Conforme anúncio feito pela ministra da saúde Nísia Trindade Lima, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a faixa etária para vacinação contra influenza. A medida anunciada passa a valer em 01 de maio e a vacina será disponibilizada para todos a partir de 6 meses de idade.

Tal medida ocorreu em resposta ao aumento do número de casos de Influenza no Brasil, fato que vem lotando os pronto-atendimentos. Conforme boletim epidemiológico de 20 de abril de 2024, mantem-se tendência de crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo o mesmo boletim, a proporção de SRAG por Influenza também está em alta.

Vacinação no SUS

Até o anúncio da medida, a vacina para influenza no Sistema Único de Saúde estava indicada apenas para os grupos prioritários. Tais grupos incluem crianças de 6 meses a menores que 6 anos, idosos (a partir de 60 anos), gestantes, trabalhadores de saúde e algumas categorias de risco clínico, dentre outros.

Embora tenha ocorrido a ampliação para todos a partir de 6 meses de idade, os municípios, a depender de seus estoques de vacinas, poderão manter a indicação restrita para os grupos prioritários.

Segundo Nísia Trindade:

“Dependendo do estoque de vacinas e da situação dos casos em cada localidade, poderá haver restrições pontuais para certas faixas etárias a fim de garantir a vacinação dos grupos prioritários, mas de forma excepcional”.

A vacina utilizada pelo MS é a trivalente e inclui três tipos de cepas: H1N1, H3N2 e uma cepa de Influenza B (linhagem B/Victoria).

Vacinação na rede privada

A vacina utilizada na rede privada é a quadrivalente que inclui duas cepas de Influenza A e duas cepas de Influenza B. A recomendação de uso de tal vacina é para todas as pessoas a partir de 6 meses de idade. Na rede privada há também a vacina quadrivalente de alta concentração. A Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda essa vacina para pessoas a partir de 60 anos, principalmente imunossuprimidos.

Sintomas de gripe

A gripe causa sintomas parecidos com um resfriado comum: coriza, tosse, febre. O quadro geral é definido como Síndrome Gripal: “indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia, na ausência de outro diagnóstico específico”.

Entretanto, a síndrome gripal pode evoluir com a Síndrome Respiratória Aguda Grave levando a hospitalização e óbitos. Quando evolui para maior gravidade o paciente pode apresentar queda de saturação (SpO2 < ou =94% em ar ambiente), sinais de desconforte respiratório, aumento de frequência respiratória dentre outros acometimentos.

Em resumo, a imunização é amplamente reconhecida como a abordagem mais eficaz para prevenir a influenza. Ela tem a capacidade de gerar imunidade durante os momentos de maior circulação do vírus, o que resulta na diminuição da gravidade da doença, na redução das internações e na queda no número de mortes associadas a ela.

Influenza Aviária em constante monitorização

Um outro vírus influenza que tem preocupado as autoridades sanitárias é o H5N1. Trata-se de um vírus com circulação predominantemente estre as aves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a região das Américas vem apresentando surtos de influenza aviária de alta patogenicidade em aves silvestre e domésticas desde janeiro de 2022.

Tal vírus não infecta humanos com facilidade e, caso ocorra a infecção, a transmissão de pessoa a pessoa não é sustentada. A preocupação se dá pelo risco de ocorrência de casos esporádicos em humanos devido ao contato próximo com as aves e com ambientes possivelmente contaminados. Até o momento, o Brasil não registrou nenhum caso de influenza aviária humana. No decorrer do último, o Ministério da Saúde recebeu 62 notificações de casos suspeitos e todos foram descartados para H5N1.

O tratamento recomendado pelo MS é com inibidores da neuraminidase sendo o Oseltamivir o fármaco mais estudado e disponível no SUS conforme consta no Guia de vigilância da influenza aviária em humanos de 2024.

Assim como para Influenza, o MS disponibiliza e atualiza os tratamentos para diversas situações clínicas. Nesse sentido, acorreu recentemente a incorporação de um novo medicamento para o tratamento de pessoas vivendo com HIV.

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